Apesar do sucesso recente na criação acelerada de vacinas contra a covid-19, o desenvolvimento de imunizantes continua um processo difícil, caro e, muitas vezes, frustrante. Por isso, pesquisadores vêm celebrando a incorporação de uma nova ferramenta de trabalho: gêmeos digitais. São representações virtuais de algum sistema complexo real, como uma fábrica.
Gêmeos digitais são alimentados por dados que permitem fazer simulações e acelerar o desenvolvimento de novos produtos e sistemas. Companhias como Dassault e Siemens desenvolveram a tecnologia, aplicada inicialmente a questões de engenharia. A consultoria MarketsandMarkets prevê que o uso dessa nova ferramenta, nos mais diferentes setores, deverá movimentar US$ 73,5 bilhões em 2027. Agora, entramos na era dos gêmeos digitais na biotecnologia.
Com US$ 35 bilhões de faturamento em 2021, a farmacêutica GSK anunciou neste ano que constatou vantagens palpáveis na nova abordagem, capaz de simular o sistema imunológico humano. “Com gêmeos digitais, é possível desenvolver e fabricar vacinas de maneira mais rápida, com menos desperdício e melhor custo-benefício”, declarou Matt Harrison, head de inovação da divisão de vacinas da farmacêutica.
A novidade vai facilitar pesquisas sobre a mente humana e como prevenir sua deterioração. Financiado pela União Europeia, o projeto Neurotwin quer projetar um modelo computadorizado do cérebro para prever os efeitos de distúrbios como epilepsia e demência. Esses modelos digitais vão acelerar também a busca por uma vacina contra o Alzheimer, meta de empresas como Biogen, Vaxxinity e GemVax & Kael.
Fonte: Época Negócios