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Com juro alto, saúde troca aquisições por fusões em 2022

Diferente dos dois últimos anos em que as companhias listadas de saúde movimentaram entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões em aquisições, 2022 está terminando com cifras bem mais modestas, algo na casa de R$ 1,5 bilhão. Mas não significa que as empresas deixaram de crescer ou que o movimento de consolidação foi abandonado. Ao contrário, líderes de mercado anunciaram grandes fusões que anteciparam muitos passos que, até então, vinham sendo dados por meio de compra de ativos.

Neste ano, houve a combinação de negócios entre as duas maiores operadoras de planos de saúde verticalizadas Hapvida e NotreDame Intermédica; a líder do segmento hospitalar Rede D’Or se juntou com a SulAmérica (terceira colocada no ranking de operadora de saúde). E houve ainda a união entre Fleury e Hermes Pardini, segundo e terceiro maiores laboratórios de medicina diagnóstica, respectivamente, cuja transação está sob análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Essas fusões, que normalmente acontecem em mercados já consolidados, ocorreram num cenário em que os juros dispararam. Em 2020 — quando as aquisições no setor de saúde começaram a pipocar quase que, diariamente — a taxa Selic era de 2% e está terminando o ano em 13,75%. Ainda há espaço para aquisições, segundo especialistas do setor. Mas, neste momento, as fusões que não demandam grandes desembolsos de caixa ou financiamentos se tornaram uma opção diante da perspectiva de que a taxa Selic deve se manter na casa de dois dígitos em 2023.

Fonte: Valor Investe