O nosso reconhecimento e agradecimento para aqueles profissionais que se dedicam a salvar vidas
Hoje, 12 de maio, é comemorado o Dia do Enfermeiro e da Enfermagem. A data foi escolhida para homenagear a inglesa Florence Nightingale, considerada a mãe da enfermagem moderna e a enfermeira Ana Néri, primeira brasileira a se alistar voluntariamente em combates militares.
Para celebrar a data e homenagear estes profissionais indispensáveis para o Sistema Único de Saúde (SUS), fomos atrás de profissionais e usuários do sistema que tiveram suas vidas cruzadas a partir da enfermagem e encontramos a autônoma Fernanda Brito e a enfermeira obstétrica da Maternidade Escola Januário Cicco (RN), Monalisa Soares.
“A equipe de enfermagem obstétrica da minha cidade, em Pouso Alegre, Minas Gerais, fez parte de um sonho. Elas me ajudaram a ter um parto normal e humanizado. Nas primeiras semanas da gravidez já tive orientações para seguir com uma gestação tranquila”, relatou Fernanda.
Ela contou que desfrutou de um parto com direito a música, caminhada e respeito e que esse acolhimento das enfermeiras obstétricas fez total diferença para que ela se sentisse segura. “Foi um parto com muito amor, no tempo do meu filho, com instruções para lidar com meu corpo, respeitando meus limites e do Antônio”, disse emocionada.
Fazer parte de um dos momentos mais importantes da vida da Fernanda e de tantas outras mulheres é um dos papéis dos enfermeiros. São eles que promovem o acolhimento e estabelecem uma comunicação com a mãe durante esse processo.
No Brasil esse tipo de procedimento teve início no ano de 2000, quando foi instituído o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento, através da Portaria/GM n. 569. Desde então, todas as brasileiras têm o direito de um parto humanizado. “O trabalho da enfermagem realmente faz a diferença no nascimento seguro e respeitoso, pois trabalhamos com acolhimento, ciência e humanização” contou Monalisa Soares.
A enfermeira explicou que a humanização começa desde cedo, no primeiro atendimento com a mãe e os familiares, a fim de entender toda a realidade do paciente. “A mulher é protagonista do momento, e não quem está dando assistência ao parto. Ela deve ser respeitada em sua privacidade, em suas escolhas, evitando o excesso de intervenções, mas vale ressaltar que todas as orientações são baseadas em evidências e conversadas com a mulher”, explicou.
A presidente da Associação Brasileira de Enfermeiros Obstetras (Abenfo), Elisiane Gomes, explicou o papel do enfermeiro obstetra dentro da Rede de Atenção e a importância deste profissional. Ela ressaltou que as organizações globais definem como prioridade o fortalecimento da capacidade da enfermagem obstétrica para fornecer serviços de saúde materna e neonatal de alta qualidade.
Segundo Gomes, a enfermagem obstétrica é a especialidade que atua no cuidado à mulher e ao bebê e tem como competência atuar na atenção à saúde sexual e ao planejamento reprodutivo, ao pré-natal, ao parto, ao puerpério e ao bebê. No cuidado à mulher de risco habitual atua de forma autônoma e, no cuidado à mulher com alto risco gestacional, atua como integrante da equipe multiprofissional. “Há estudos que comprovam que o cuidado prestado pela enfermagem obstétrica resulta em maior satisfação das mulheres no processo do parto e em menos intervenções desnecessárias”, disse.
Planificação da Atenção à Saúde e a atuação destes profissionais
“Falar de enfermeiras obstetras e obstetriz é falar em empoderamento e autonomia das mulheres; respeito à fisiologia e tempo da gestação e do parto com práticas baseadas em evidências científicas”, disse a assessora técnica do Conass e coordenadora Projeto de Planificação da Atenção à Saúde, Maria José Evangelista que também é enfermeira. Ela utilizou a experiência da planificação em Caxias, no interior do Maranhão, para demonstrar a importância desses profissionais dentre de uma rede de atenção à saúde.
O Conselho vem apoiando a implantação da planificação no ambulatório especializado na linha de cuidado materno-infantil, que atende gestantes e crianças de alto risco. “Neste cenário, a atuação do enfermeiro obstetra tem se destacado no gerenciamento do cuidado de gestantes e crianças de alto risco, atuando junto a outros profissionais de saúde, como obstetra, assistente social, fisioterapeuta, psicólogo, dentre outros”, avaliou.
O trabalho destes profissionais conta também com o apoio de enfermeiros generalistas na Atenção Primária à Saúde (APS) no projeto “Gestar”, contribuindo assim para a qualificação do cuidado pré-natal. “A atuação do enfermeiro obstetra no Centro Especializado em Assistência Materno Infantil tem contribuído para redução da mortalidade materno-infantil, vinculação da APS e promoção da amamentação”, observou Maria José.
De acordo com ela as evidências mostram que a atuação de enfermeiros obstetras e obstetrizes está associado à maior satisfação das mulheres na assistência ofertada e redução de desfechos neonatais desfavoráveis. Estes profissionais podem atuar em unidades básicas de saúde, ambulatórios especializados, casas de parto, centro de parto normal, hospitais e maternidade no âmbito assistencial, no gerenciamento de equipes de enfermagem e na gestão desses serviços.
Covid-19
Vale ressaltar que, diante do maior desafio do SUS na pandemia da Covid-19, o papel de todos os enfermeiros e enfermeiras foi essencial para mitigar os impactos da doença na população brasileira e mundial.
Fonte: Conass